segunda-feira, 16 de novembro de 2009

PROGRAMAÇÃO!

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13ª semana de arte modesta
"EM OBRAS - últimos momentos"

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de 16 a 19 de novembro de 2009
PUC-SP


A Semana de Arte Modesta é um espaço de livre manifestação da comunidade puquiana e por isso a programação não é fechada ou restrita. Pelo contrário, está sujeita a constate oscilação, permitindo intervenções a qualquer momento. Modestamente, compareça e prestigie. Podem ser os últimos momentos de uma Pontifícia Universidade Caoticamente artística e democrática.


SEXTA-FEIRA, 13 (foi a pré-estréia!)

17h Oficina de dança do TUCA. Jam Session [Pátio da Cruz]
19h Performance + projeção de vídeos para discutir o uso e espaço do Centro Acadêmico. Projeto Salamandra [CA Benevides Paixão]


SEGUNDA-FEIRA, 16

manhã, tarde e noite - preparação e montagem das exposições no campus Monte Alegre.
16h Culinária Coletiva [CAPsico]
19h Benevídeos. Projeção de curtas, vídeos, filmes e Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) [CA Benevides Paixão]


TERÇA-FEIRA, 17

17h Desfile Das Lôca [Prainha] seguido de projeção do documentário "Vozes da Voz" [CAPsico]
18h Repentistas do Pandeiro com Raio de Sol e Verde Lins [Prainha] + Circo Estrupeados
19h Oficina de VJ com VJ Eu Sou Diagoguê (Rodrigo De Carvalho) [CA Benevides Paixão]
20h Benevídeos. Projeção de curtas, vídeos, filmes e Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) [CA Benevides Paixão]


QUARTA-FEIRA, 18

9h30 Debate sobre Copy Right com os convidados Marcia Tosta Dias, Sérgio Amadeu e Juliano Polimeno [Sala 333, Prédio Novo]
16h Grafite + discotecagem com Struggle (Música Jamaicana) e 420 (Ska) + Dança de Rua, Break e Hip-Hop [Pátio do Benê, Comfil]
18h Piano e Violão: Conversa. Duelo entre violão e piano [Salão da Biblioteca]
21h Sarau [Prainha] + Circo Estrupeados


QUINTA-FEIRA, 19

11h No ponteio da viola. Programa da Rádio Xiado [CAFil]
18h Piano e Violão: Conversa. Duelo entre violão e piano [Salão da Biblioteca]
19h Debate sobre a "Consciêcia Negra" [Prédio Novo em sala a divulgar]
20h Cine Boto. Corujão de cinema [CAPsico]
21h Roda de Capoeira [Prainha]
22h Samba do Bule + convidados [Prainha]


EXPOSIÇÕES PERMANENTES

Fotografia: Comfil, Prainha, Pátio da Cruz, 2º e 5º andar do Prédio novo
(Em algum cantinho, parede, quina, ou brecha. Em território livre, na passagem inesperada)

Belém em Procissão - Ana Carolina Campos
PB em SP - Bruno Garibaldi
Sem título - Carla Bispo
Prestes Maia, 911 - Emiliano Capozoli Biancarelli
Cumieira Arriou - Fábio Nassif
Calo na Mão - Fernanda Simpson
Viaduto do Chá - Gabriela Moncau
A Cidade Suspensa - Helena Wolfenson
Identidade Urbana - Nathalia Dalia
Coletânea de Capas - Jornal Contraponto


Instalação:

Barco a velas - Limão [Prainha]
Blocos - Bruno Garibaldi [Pátio do Benê]
Barracão - Benê [Pátio do Benê]


Realização e Apoio (no mínimo moral):
Conselho de Centros Acadêmicos - CA Benevides Paixão, CAPsico, CACS, CAFil, CASS, CARI, 22 de Agosto e Leão 13; Construção Coletiva, Barricadas Abrem Caminhos, Coletivo Enecos SP, Departamento de Jornalismo e Faculdade de Comunicação e Artes.

Últimos Momentos

(ou, Sobre a importância da realização da Semana de Arte Modesta neste ano)

Refletindo sobre a diferença entre os acontecimentos históricos e o sentido que os homens fazem dos mesmos, um velho sábio lembrou que todos os eventos e personagens importantes ocorrem, por assim dizer, duas vezes, e acrescentou: “a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa”. Não seria esta uma forma correta para interpretar as recentes mudanças de regularização do cotidiano da comunidade puquiana, proibindo o já proibido e legitimando o já legitimado? O que torna a questão mais complexa é o fato de nos tempos atuais a tragédia ser farsesca e a farsa, por sua vez, terrivelmente trágica. A dinâmica social específica dos campi da PUC-SP se formou de maneira extremamente atualizada em relação ao establishment global: Tornou as antigas transgressões comportamentais em normas cobradas pelo senso comum. Assim se apresentam as “liberdades” (entre um milhão de aspas) gozadas pelos indivíduos que compõem este círculo de relações, e os efeitos da Semana de Arte Modesta nunca conseguiram ultrapassar a afirmação deste senso comum.
Antes de tudo, para melhor compreender esta ordem de coisas do meio universitário, deve-se desde já abandonar uma compreensão distanciada sobre os posicionamentos políticos quanto à dinâmica administrativa da PUC-SP, entendendo a universidade como um “microcosmo da sociedade em geral”. Não se trata de um microcosmo, mas da própria ordem social per se se manifestando em uma de suas instâncias de composição. Sendo assim, tal qual em outros lugares de embate político, o conservadorismo se afirma como uma oposição, ou seja, uma crítica a favor, apresentada como uma contraposição explícita ao establishment. Assim se legitimam a vigília intensificada, a caça-às-bruxas institucional e a necessidade de maior controle sobre a interação entre indivíduos inseridos no meio puquiano. Não se trata de valores morais mascarando um ordenamento que visa à mera eficiência produtiva, mas a própria eficiência produtiva como valor moral, tendo como elemento de composição explícito toda a violência necessária para que se efetive. Aqui não se trata meramente de punir subversões por romperem com uma ordem de coisas. Tal qual em contextos amplos, trata-se de atribuir subversão a algo que já compõe o existente, inserir determinado ato a uma ordem de coisas. Neste sentido, é crucial a participação de todos na Semana de Arte Modesta deste ano, pois, com sua inofensiva forma de ser, lida com todas estas questões do atual contexto puquiano. Por meramente reafirmar algo que já faz parte da dinâmica social da PUC, o conservadorismo renovado colocará a cara à tapa, e será obrigado a debater o que compõe as suas entranhas, pois, afinal, cometeram o absurdo de tornar até mesmo a Modéstia transgressora.